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CREFITO-14 participa de audiência pública para criação do curso de Terapia Ocupacional na UFPI

Publicado em: Terça-feira, 09 de Agosto de 2022, 09:00h - Por: Ascom CREFITO-14
Audiência pública na ALEPI

Nesta segunda-feira (8) o Conselho Regional de Fisioterpia e Terapia Ocupacinal da 14º Região (CREFITO-14) participou da audiência pública na Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), para debater a criação do curso de Terapia Ocupacional na Universidade Federal do Piauí (UFPI). O requerimento foi de autoria  do Deputado Fábio Novo (PT) que destaca a importância desses de profissionais da Terapia Ocupacional em nosso estado.

O Piauí possui uma população de quase 3 milhões e 200 mil habitantes, e conta com apenas 152 terapeutas ocupacionais. A Oganização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um terapeuta ocupacional para cada mil habitantes. Ainda estamos aquém do recomendado pelas organizações de saúde. Por isso, o debate que que foi promovido na Alepi é de grande importância.

Participaram da audiência o presidente do Conselho, Rodrigo Amorin; a vice-presidente do Conselho, Haberlandy Rego; o vice-reitor da UFPI, Prof. Viriato Campelo; a vice-presidente do COFFITO, Ana Carla Nogueira; o deputado Fábio Novo; Prof. Arquimedes Cavalcante, diretor do Centro de Ciências da Saúde da UFPI; Profa. Dionis Machado, presidente da Comissão Elaboradora do PPC do curso, Eduardo Ewerton Sousa, da Comissão de Desenvolvimento Científico e Educação em Terapia Ocupacional.

Falta de profissionais

O professor universitário Anselmo Alves, na ocasião representando a Sociedade Civil, falou sobre as dificuldades que pais de pessoas com deficiência enfrentam para obter atendimento para seus familiares. "Muitas vezes você tem recursos e plano de saúde, mas não há profissionais. É difícil depender de um profissional que não está disponível. A atuação do terapeuta ocupacional é determinante para o desenvolvimento do paciente", disse o profissional que é pai de uma criança autista.

Segundo Elisângela Sales, da Associação de Familiares e Amigos de Pessoas com Síndrome de Down de Teresina, Down The Amo, lembrou que as  pessoas com síndrome de Down e autismo precisam de acompanhamento profissional para que possam habilidades. “Eles precisam desse acompanhamento para desenvolver habilidades do dia a dia que para os demais é natural. Então nós estamos aqui para apoiar a criação desse curso no Piauí, uma vez que lidamos com a escassez de profissionais terapeutas ocupacionais disponíveis”. Marcibele Fernandes, também representante das mães com filhos com autismo, pediu urgência na implantação do curso também pela falta de profissionais no mercado. “É urgente para o desenvolvimento dos nossos filhos”. 

Curso de Terapia Ocupacional na UFPI

A construção do curso de TO foi proposta inicialmente em 2016 para acontecer no então Campus Parnaíba e somente em 2020 tomou forma com a elaboração do Projeto Político Pedagógico, a partir de uma comissão formada por docentes do Departamento de Educação Física. Desde então, esforços estão sendo somados para que a UFPI possa implantar o novo curso e atender uma demanda crescente que existe hoje no Piauí. 

O terapeuta ocupacional tem como objeto a atividade humana, no tocante ao desempenho ocupacional, às atividades do cotidiano e atuação no SUS, desde a promoção da saúde até a reabilitação. Apesar do exercício da profissão ter sido regulamentado em 1969, ainda hoje o estado carece de profissionais desta área. Atualmente o curso não vem sendo ofertado por nenhuma IES no Piauí, fato que ocasiona enorme carência deste profissional no mercado de trabalho.

No Brasil, a Terapia Ocupacional possui 34 cursos de graduação em funcionamento, sendo 21 em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas e 17 em IES privadas, com concentração histórica na região Sudeste do Brasil. No Piauí, estão registrados cerca de 120 profissionais para dar atendimento a uma população estimada em 3.289.290 milhões, havendo uma proporção de profissionais/pacientes infinitamente aquém do recomendado pela OMS. Além disso, diversos municípios do estado não dispõem destes profissionais, que em maioria se concentram na capital.

 

 

*Com informações da Alepi